Justiça
Juiz determina que posseiros fiquem a 5 km de distância de fazenda de ex-governador e ex-deputado em MT
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O local foi invadido em novembro deste ano e a preocupação da população, dos policiais e dos membros do Poder Judiciário é que haja um conflito armado.
O juiz Carlos Roberto de Campos, da Segunda Vara Cível Especializada em Direito Agrário, determinou que os invasores da Floresta Viva Exploração de Madeira e Terraplanagem Ltda., em Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, de propriedade do ex-governador Silval Barbosa e do ex-presidente da Assembleia José Riva, fiquem a pelo menos 5 quilômetros de distância da propriedade. A decisão é dessa quinta-feira (6).
O magistrado também deferiu o pedido formulado pela Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB/MT), para que haja reforço e garantia aos direitos humanos no cumprimento da ordem já que a situação em análise envolve certa repercussão social.
Sobre o fato denunciado pelos réus de que o presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais da Gleba União estaria sendo ameaçado de morte, o juiz determinou que as provas sejam encaminhadas à Delegacia de Polícia Civil de Colniza para apuração das possíveis infrações criminais praticadas.
O local foi invadido em novembro deste ano e a preocupação da população, dos policiais e dos membros do Poder Judiciário é que haja um conflito armado.
O ex-deputado José Riva, em depoimento prestado em 2016 à Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Administração Pública, revelou a compra de uma fazenda no ano de 2010 em sociedade com o ex-governador.
Ele explicou que “tratou diretamente do negócio” com Silval, sendo que cada um ficou com 50% da área.
José Riva contou que colocou a sua parte da fazenda em nome da empresa Floresta, de propriedade de seus filhos e sua esposa, Janete Riva.
Segundo o ex-presidente do Legislativo, a fazenda seria paga em três parcelas anuais. No entanto, nos anos de 2011 e 2012, Silval não honrou o compromisso financeiro, sendo que Riva acabou “pagando a parte que cabia” ao ex-governador no valor de R$ 2,5 milhões.